quarta-feira, 17 de novembro de 2010

101 anos: festa da alegria!



Festejar os 101 anos de tia Josefa significou uma viagem na memória da família, para todos que estiveram em torno dela.

Em pleno 15 de novembro de 2010, a casa da Rua Raimundo Nonato em Campina Grande, na sua simplicidade, acolheu os visitantes com fartura, a mesa posta e sala decorada com balões lilás, o bolo desenhando os 101, tudo provocava o puro brilho

de estrelas luminosas nos olhares felizes de bisnetos, netos, filhos, parentes de todas as idades.

_ Ela anda sozinha, pela casa!!! – admiração da sobrinha neta!

_ Ora, ela vai pro quintal, lavar a roupa dela!!! Nós é que não deixamos, mas ela quer ir!

Eu e minha irmã, Maria Zilda, partimos fagueiras de João Pessoa para Campina Grande, com o objetivo de compartilhar os festejos. Outros vieram de Ingá, enquanto o sobrinho músico, veio prestigiar, entre um compromisso e outro, pois a família está em prioridade máxima na sua agenda. Jovens estudantes passeavam na casa, com ar de admiração. A cada momento, se renovava a alegria com a chegada de parentes, anunciados com alegria. Alguns não conseguiram chegar, mas vieram representantes dos seis filhos e suas descendências.

A mulher baixinha, nos seus 101 anos, recebia a cada um com tanta alegria, causando um impacto pela ligeireza dos olhos, animação no sorriso, nos movimentos firmes, nas falas entrecortadas de emoção, na disposição para as fotos, querendo pose, abraçando, brincando, uma verdadeira canção à vida.

As filhas e netas que organizavam o evento, se enchiam de contentamento, incansáveis, enquanto ela abria os presentes, experimentava as fragrâncias das colônias, sabonetes, talcos, levando ao nariz provador e assegurando seu bom gosto, a vaidade feminina à flor da pele enrugada e feliz!

Experimentava a fofura das toalhas e outros mimos em tecidos. Josefa a estrela de pleno brilho, inspira em todos os netos o desejo de cumprir bem sua vida, e chegar tão longe quanto possam.

Josefa, a matriarca centenária, lembrando tempos idos, falando de irmãs e irmãos que partiram mais cedo, mas ficaram no coração, como Vicência, Severina, Joana, Inácio, Francisco, Vicente, José Flor, segundo suas lembranças, reveladas e transmitidas de boca em boca. Veio-lhe aos lábios o nome do sobrinho Inácio do Carmo que sempre a visitara. Um ar de ternura lhe inundava o rosto enrugado, lembranças do passado, alegria de nos ver ao seu lado. Contam as filhas que ela fala de Cicinha, com carinho, aquela sua irmã que tivera 18 filhos e só criou Inácio.

Os dois olhos como lamparinas mágicas, brilhavam na sala, a cada palavra amiga. Os braços enternecidos no abraço, no acarinhar cada parente, cada amiga, cada filho, cada neto, bisneto, gente amada.

No momento de se cantar o “Parabéns pra você”, pois não é que ela apagou as velinhas num único sopro? E quando as velas se reacenderam, foi de novo um sopro firme que nos fez aplaudir forte, e dar risadas.

Josefa Maria de Farias, nascida em 15 de outubro de 1909, vive de verdade.

Suas filhas Nila, Nair, as noras Estela e Neves, os filhos Inácio, Severino e José, netos e netas muitos a cercam de atenção, respeito e carinho, seguindo o exemplo de Lourdes, Maria José e Alcemira, fortes na produção do evento. Que destino mais feliz pode um humano ser desfrutar, aqui na terra? Essa deveria ser a meta de todos os idosos: ser acolhido com carinho, cuidado e respeito entre os seus.

Um exemplo de vida, pode-se afirmar ao conversar com ela, ao compartilhar sua presença, ela como uma sempre-viva, nos enche de esperança e gratidão.

Obrigada, Tia Josefa, porque você existe.